Sexta-feira, 24 de julho de 2020
Última Modificação: 22/04/2024 15:11:02 | Visualizada 1839 vezes
As profissionais de psicologia, Jéssica Fanelli e Bruna Mulaski, estão divulgando nas mídias recomendações para diminuir os efeitos da quarentena sob os mais novos
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Com o distanciamento social sendo a recomendação mais importante para impedir a contaminação causada pelo novo coronavírus, as crianças têm sentido a falta do contato com outras pessoas.
Sem poder ir para a escola, participar de cursos e projetos ou brincar com os amigos, muitos responsáveis têm notado a diferença no comportamento.
Por isso, as psicólogas Bruna Mulaski e Jéssica Fanelli, das Secretarias Municipais de Saúde e Educação respectivamente, prepararam uma série de conteúdos com estratégias de cuidados para não atrapalhar o desenvolvimento infantil neste período pelo qual estamos passando.
Abaixo, temos algumas das condutas mais comuns, e a melhor maneira de reagir, listados pela Bruna.
É natural que em momentos de mudança as crianças fiquem mais dependentes. É a forma que encontram para lidarem melhor com tudo que estão vivendo.
O apego aos pais é a alternativa que encontram para se sentirem melhor frente aos medos.
Quando isso acontecer, não brigue com a criança por estar mais dependente. Separe um tempo de qualidade e atenção exclusiva, e converse sobre sentimentos. Ouça o seus e os deles.
As restrições sociais, o isolamento, menos atividades ao ar livre e as incertezas deste momento provocam estresse, tanto para os adultos, quanto para as crianças. Elas ficam mais agitadas, e os comportamentos como explosões emocionais e "birras" acabando aumentando.
Promova atividades para gastar energia como, por exemplo, correr, pular e dançar. Tente ao máximo se manter calmo durante as "birras", e observe o seu estresse também. Para ajudar, faça atividade física regularmente.
São comportamentos de fases anteriores que retornam, como xixi na cama, querer colo, "manha", chupar o dedo, entre outros. É comum essa regressão em momentos que as crianças se sentem inseguras.
Diante disso dessas situações, não dê broncas. Compreenda a necessidade de se sentir segura. Acolha e entenda que não é de propósito, tampouco para provocar.
As crianças não possuem maturidade cerebral para compreender a dimensão do momento pelo qual estamos passando. Entretanto, sentem e percebem, ao seu modo, a tensão, os medos e as preocupações que os adultos apresentam.
Comportamentos ansiosos, como roer unhas, choro frequente, dificuldades no sono, ou preocupações e medos podem surgir.
Então acolha e ajude-os a nomear os sentimentos. Seja amparo e transmita segurança e esperança de que dias melhores virão.
Há uma frequência maior nos despertares noturnos, e a criança pode demorar cair no sono. Pesadelos também é uma das dificuldades que podem aparecer.
Mantenha algumas rotinas, como horário para dormir e para acordar, além de atividades ao ar livre. Evite as telas (celular, jogos eletrônicos, televisão, etc.) pelo menos duas horas antes da criança dormir.
Fora isso, proporcione experiências que tragam tranquilidade e relaxamento. Massagem, leituras e pouca luz são bons exemplos.
Dificuldades em se manter focado, desatenção nas tarefas e atividades escolares, agitação e necessidade de se movimentar, são situações que podem acontecer devido ao acumulo de energia e adaptação à nova realidade.
Com isso, não exija tanto da criança. Promova descanso e brincadeiras entre uma atividade e outra. Brinquem juntos com atividades que movimentem o corpo.
Assim como nós, adultos, eles estão sofrendo e sentindo a pandemia e o isolamento social. Transforme isso em oportunidade. Se conecte ainda mais com seus filhos.
Reveja suas prioridades, e cuide de si mesmo. Seja um modelo para os mais novos. Também aproveite para ensinar respeito e empatia através das suas atitudes.
Seja um porto seguro e passe a esperança de dias melhores.